Autoginecofilia, esse é talvez o assunto mais
controverso para as Transex , de maneira que se trata de um termo clínico para
designar a condição de um homem parafílico onde a fonte predominante de prazer
é obtida no ato de ser uma mulher, para sentir-se dentro de uma (Oi?). Os MTF Transexuais ( Male to Female) foram divididos
em dois grupos principais por Blanchard, os transexuais homosexuais que segundo Blanchard buscam a readequação
de sexual (de gênero) pelo desejo sexual por homens, o que para mim é realmente
uma questão de gênero já que não consigo enxergar como uma parafilia, tendo em
vista que uma mulher que deseja se libertar de uma prisão masculina, afim de poder
ter o direito de ser quem nasceu para ser, não pode ter toda a sua filosofia de
vida reduzida à um impulso sexual, diferentemente dos transexuais autoginecofílicos que segundo Blanchard tem como objeto de
desejo sua própria existência como mulher, esse sim procura vivenciar a sua
condição como mulher em busca do prazer de estar dentro de uma mulher, a pira
do cara é exatamente essa ser ele próprio a mulher.
Eu tenho um grande numero de procura de homens que
sentem extremo prazer em serem tratados como uma, desconheço o nome clínico
para essa condição, mas o fato é que a autoginecofília é o extremo desse
“fetiche” , não gosto de tratar a transexualidade como como uma prática sexual
“anormal” ,é assim que vejo o termo autoginecofilia, já que se trata de uma
parafilia e hoje existe uma separação entre práticas sexuais “normais” e
práticas parafilicas que são dadas como “anormais”.
Quando disse que as minhas colegas Transexuais se
sentem constrangidas pelo termo autoginecofílicos, não é somente por enquadra-las
como pessoas parafílicas e fetichistas,
mas sim pela sua conotação exclusivamente sexual, e ainda mais por dizer que essa
prática é para suprir à instintos masculinos, retirando-as novamente de sua
condição como mulher.
Sobre a transexualidade e o direito de ser realmente
quem você é, vai um filme fabuloso, de estética magnífica. Lawrence Anyways
romance do prodígio Xavier Dolan, conta a história de Lawrence um professor
universitário de literatura, que rompe com os portões da prisão onde viveu, o seu
corpo de homem, e tem que lidar com os
problemas que isso acarreta com sua namorada de 2 anos e que fica sempre em
cima do muro no trato com a situação, não sabendo se ama Lawrence o suficiente
para suportar as pressões da sociedade e de seu próprio ego e dogmas.
O filme se passa na década de 90, e conta com a
trilha badaladíssima de The cure, Visage e Duran Duran, eu assisti repetidas
vezes e cada vez ele me trás sentimentos diferentes, vale apostar.
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