Hoje eu quero me despedir, me despedir das parafilias, me despedir das misticas que envolvem nossa sexualidade, quero dizer adeus à normatização dos indivíduos. Vou dar um passo para além dos limites das recomendações médicas e disciplinares, espero que o discurso da psicanálise nunca mais chegue à ponta da minha língua, ou de meus dedos.
Vamos falar de sexualidade tal como ela é, viva, categoricamente pulsante, não existem formulas para exercê-la, em sua raiz existe ali a verdade latente sobre a nossa sexualidade, "é que ela é sem Deus" como comenta Foucault, não tendo assim limite para além de sua própria existência. A sexualidade é por si só um limite, ela é fissura que marca a cada um de nós como um limite.
Vamos aqui, então a partir de hoje falar da sexualidade tal como ela é, sem Deus, sem limites, ela mesma como a fissura que marca todos e cada um de nós como limite.
Da série: A Sade, Hans Bellmer 1961
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