Os Gouines ganharam repercussão mundial matéria da revista francesa Pref Mag publicada no ano passado sobre a tendência do sexo gay no país. O Gouinage (pronuncia-se Gu-ináge) é uma prática de sexo gay sem penetração, onde se prioriza o sexo oral e tátil, ou seja, nessa prática sexual,que talvez eu possa chamar de um estilo de vida sexual, não existe a penetração. O Gouinage é muito parecido com a relação sexual lésbica onde não se tem penetração de objetos, plugs ou dedos.
Recentemente um grupo de babacas americanos adotaram as definições do termo de maneira deturpada, chamaram-na de G0ys, uma versão pública de homossexuais enrustidos, que dizem não ser gays por não praticarem penetração.
Voltando ao assunto, os adeptos do Gouinage, expõe, fora o desinteresse pela penetração, outras duas razões principais para a escolha dessa vida sexual alternativa. Uma das questões é que se dá às preliminares o papel principal na relação sexual, valoriza-se o toque, os odores, as carícias e a paciência na relação sexua, o que de maneira geral, torna o sexo uma experiência muito mais intensa e sensitiva; isso se deve ao fato da expedição ao longo do corpo e novas formas de prazer, localizadas não só nas genitálias, mas também em todos os membros que possam ser meio de prazer sexual. Esse ponto para mim, mostra uma revolução sexual, onde se respeita e se valoriza o corpo do outro, além de romantizar a relação sexual, que necessita de um certo entendimento do corpo do outro. O segundo ponto é talvez muito mais engajado que o primeiro, se trata da horizontalização das partes envolvidas no ato, ou seja, essa relação não pressupõe posições de poder e submissão, não se explicita quem são os ativos ou os passivos, isso pois, essas rotulações não existem. Isso significa ao meu ver, uma relação que não reproduz padrões heteronormativos, ou seja, não se copia o modelo padrão dos heterossexuais, essa posição meio que combate a reprodução de certos clichês sexuais.
Não que eu não goste da penetração, mas o Gouinage apresenta uma série de motivos de ser, que possibilitam novos parâmetros, não só sexuais, mas políticos, que torna a relação (neste caso isolado) menos repressiva, mais empática e diversa, isso se deve ao fato de além de responder aos estímulos do outro,não se cai nos clichês das posições sexuais doutrinadas pela indústria pornográfica, o que leva os Gouines a descobrirem novos meios de obter prazer.
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