quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sexo antinatural ( sou eu, é você e o erotismo)

A devassidão humana, não é de maneira alguma o sexo visceral ao qual os donos de corpos eróticos tem direito, a devassidão humana é se deixar apoderar o corpo e o erotismo, esquece-se da singularidade dos desejos de cada indivíduo, resignar-se à normalidade do sexo morno escorado na reprodução.
O sexo antinatural aqui fala em meu corpo, ninguém vem ao mundo com a missão de reproduzir, essa falácia tira de nos toda a  arte, todo o bem fazer de produzir e produzir-se, como humano, como corpo erótico que deseja e sacia, que cria limites sexuais e os ultrapassa despudoradamente, vem interditar os interesses do deleite sexual.
O que diferencia o sexo do homem do sexo dos outros animais é por excelência o erotismo. O sexo dito natural, tem como objetivo a reprodução da espécie, isso não quer dizer que nós, os homens, o façamos sempre nesse intuito.
A máxima cristã é: O homem foi feito para a mulher. Não poderei desconsiderar a relevância biológica dessa afirmação, mas devo contrapor, o homem heterossexual cristão, não deita-se com sua esposa com a restrição da prática sexual reprodutiva, pois sendo assim, os homens deitariam-se com suas mulheres no máximo duas vezes no ano, 160 vezes em 80 anos, o que é ridículo de se acreditar. Logo qualquer sexo feito com anticoncepcionais ou que tenha o coito interrompido, seria então segundo a biologia e a filosofia cristã antinatural. To errado? Sexo na gestação? Sexo no período infértil? Ok!
Pois bem, dentro dessa métrica, faz sentido dizer que sexo oral, masturbação, sexo anal, e sexo vaginal sem intuito reprodutivo são igualmente antinaturais? Acredito que sim, pois basta não respeitar a lei da natural para ser antinatural.
 O sentido do padre ser casto, não é simplesmente o fato de esse corpo castrado servir exclusivamente às coisas de Deus, mas também ser inquestionável com relação a questão beata do sexo na bíblia. O mediador das sentenças divinas, deve seguir a cabo a sua doutrina, o que não inclui ceder ao erotismo e ao incontrolável desejo do corpo, já que não existe em vista homem que faça sexo medido pela reprodução. Tão incontrolável é tal desejo que a ruptura da castidade muitas vezes se encontra no corpo jovem dos coroinhas que se abrem ao abuso, uma reprodução velada do sistema educacional grego, onde a ideologia acompanha a educação sexual prática.
Com certeza é tamanha minha heresia que não me acanho à afirmação: Se o pecado existisse deveria ser tabelado, pois não existe diferença entre o coito interrompido na buceta da mãe de família e o pau latejante na bunda de um homem, existe sim o fator comum, sexo por prazer, o único que existe salvo o abuso sexual ( o que inclui indução).
Quero deixar claro que o sexo há muito deixou de ser estritamente reprodutivo, e o homem há muito coloca Deus como o criador de nossas "iniquidades" naturais.

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